A calibração dos equipamentos, a escolha da formulação e a aplicação correta de defensivos agrícolas são fatores que asseguram uma pulverização eficiente no controle de pragas e doenças com baixa contaminação ao meio ambiente e ao operador.
O objetivo da calibração de pulverizadores e equipamentos de pulverização é verificar se os mesmos estão como o previsto pela regulagem, para posteriormente serem utilizados. Este procedimento pode ser realizado apenas por um simples ajuste fino na pressão de trabalho.
Na calibração também é feito o diagnóstico do estado das pontas. Verificando a vazão do sistema, determinando o volume de aplicação e a quantidade de produto a ser colocada no tanque. É muito comum os operadores ignorarem a regulagem e realizarem apenas a calibração, o que pode provocar perdas significativas de tempo e de produto.
Para cada tratamento empregaram-se dois volumes de aplicação, 80L/ha e 165L/ha, e tais aplicações foram feitas com um pulverizador centrífugo montado sob uma barra com comprimento de nove metros equipado com um motor elétrico. Para a avaliação do espectro de gotas, as etiquetas de papel sensível foram digitalizadas e as imagens foram processadas através do programa computacional Image Tool, versão 3.0.
De posse das análises foram avaliados alguns parâmetros em cada tratamento, sendo eles: o diâmetro da mediana volumétrica (DMV), que representa o diâmetro que divide uma população de gotas em duas metades volumetricamente iguais; o coeficiente de homogeneidade (CH), que quanto mais próximo de 1 representa um espectro de gotas mais uniforme; a densidade de gotas; a amplitude relativa ou Span, que também indica a homogeneidade do espectro; e a porcentagem de cobertura do alvo.
Nas condições ambientais de temperatura entre 180C e 200C, umidade relativa do ar entre 45% e 58% e ausência de vento, observou-se que não houve interação entre o volume e o produto nos testes de cobertura do alvo, visto que a 165L/ha o resultado chegou a 28,78% e a 80L/ha atingiu 15,1%.
Os valores de coeficiente de homogeneidade obtidos ficaram entre 2,78 e 4,28 para o volume de aplicação de 165L/ha e para o volume de 80L/ha, os resultados variam de 2,07 a 2,63. Os Span variaram de 0,9775 a 1,2775 para o maior volume e 0,92 a 1,015 para o menor.
À medida que se deseja aumentar a qualidade da pulverização, deve-se exigir mais homogeneidade do espectro de gotas. É necessário analisar o DMV em conjunto à amplitude relativa para avaliar os efeitos dos adjuvantes na calda, principalmente na uniformidade e distribuição das gotas.
Os valores de DMV variaram de 377,26μm a 594,50μm para 165L/ha, e de 287,73μm a 330,85μm para 80L/ha, conforme a Tabela 1. Na análise de densidade de gotas, o resultado mostrou uma tendência diretamente proporcional ao volume (Tabela 2), ou seja, quanto maior o volume de pulverização, maior a densidade de gotas.
A densidade de gotas proporcionada pela pulverização com adjuvantes encontra-se acima da densidade mínima recomendada para controle de doenças, insetos e plantas daninhas, portanto, por promoverem gotas de maior tamanho menos suscetíveis à deriva e à evaporação, as diferentes formulações podem influenciar na pulverização, melhorando a qualidade e reduzindo os impactos ambientais na cultura e na propriedade.
O maior volume de aplicação empregado possibilitou maior cobertura do alvo. Nos resultados de cobertura, DMV e densidade de gotas dentro de cada volume não houve diferença significativa. A utilização de adjuvantes na calda de pulverização melhorou o espectro de gotas para a pulverização.
As médias seguidas pela mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna diferenciaram estatisticamente entre si pelo o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. *(Testemunha) = Água pura.
Deixe um comentário