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Chegada da primavera traz sinais positivos para a agricultura

A primavera começou em 22 de setembro e sua chegada traz perspectivas positivas em relação às condições climáticas para a safra 2024/25. Depois de um inverno marcado por uma grave seca, com um recorde na ocorrência de queimadas em boa parte do território brasileiro, a estação das flores terá início sob previsões sólidas de ocorrência de chuvas, que devem se estender, ao longo dos próximos meses, em direção ao norte do país, abrangendo importantes áreas produtoras.

A expectativa, segundo os modelos meteorológicos, é que os primeiros episódios de chuvas ocorram nos últimos dez dias de setembro nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. Porém, essas precipitações ainda não deverão apresentar volumes e frequência que favoreçam o início do plantio das culturas de verão. Pesarão também sobre as áreas produtoras, neste início de primavera, os efeitos do período de seca intensa e muito calor vivenciados neste inverno. Este quadro, além de favorecer as queimadas, deixou os solos muito secos e provocou uma redução dos mananciais de água em regiões como o interior paulista e partes do Centro-Oeste. Até mesmo áreas que recorrem à irrigação foram afetadas pela estiagem intensa.

Já a partir de outubro, as chuvas passam a se consolidar e ganhar espaço. A previsão é que haja maior ocorrência das precipitações, que tendem a se estender, ao longo do mês, da costa da região Sudeste até atingir a região Norte. Nessa evolução, deverão ser contempladas áreas do interior de São Paulo, o Cerrado mineiro e o Centro-Oeste. Em novembro, as chuvas podem atingir o Matopiba, o enclave agrícola que compreende áreas do Mato Grosso, Piauí e Tocantins, disparando o plantio nessa área. Estima-se que as condições propícias, em relação às precipitações, vão se manter até janeiro de 2025, permitindo uma grande cobertura de áreas agricultáveis.

A formação de nuvens ao longo do segundo semestre contribui para dar uma segurada na temperatura. O calor ameniza e, considerando o combo do cenário climático, a tendência é de condições favoráveis para a produção rural, com boa luminosidade, chuva voltando e temperatura adequada. A consolidação das chuvas irá contemplar diversas áreas produtoras do Brasil.

Para a região Sul do país, a expectativa também é de formação de chuvas ao longo de setembro e outubro. Embora o fenômeno La Niña deva se instalar no decorrer do segundo semestre no território nacional, neste ano não há sinais da seca que afetou a produção agrícola dos Estados do Sul na safra 2022/23. O ponto de atenção para esse ano na região, especialmente no Rio Grande do Sul, fica para a possibilidade de formação de tempestades em outubro, que podem vir acompanhadas de queda de granizo, trazendo risco às áreas tardias de produção de trigo.

O cenário para o início de safra é muito mais positivo em relação à mesma época de 2023. Naquele ano, a primavera foi marcada por chuvas abaixo da média nas principais áreas produtoras. As precipitações ocorreram de forma satisfatória somente no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. De acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), foram produzidas na safra passada 298,4 milhões de toneladas de grãos e fibras, o que representou uma queda de 6,7% em relação à safra anterior. Essa retração foi causada pela demora na regularização de chuvas no início da janela de plantio, que gerou atraso da semeadura da soja, e um volume insuficiente de precipitações no Centro-Oeste, Matopiba, São Paulo e Paraná.

Com base nas previsões meteorológicas, talvez seja pertinente ao produtor rural evitar lançar sementes ao solo no primeiro sinal de chuvas de setembro. Vale aguardar a consolidação das precipitações de outubro, quando os estudos indicam concentração e volume de águas que tendem a favorecer as lavouras.

Fonte: Globo Rural

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