A orquídea está entre as flores preferidas dos brasileiros. Pensando nisso, a Globo Rural separou as melhores dicas para quem deseja cuidar de orquídeas. Veja as orientações de Marcos Feliciano, engenheiro-agrônomo da Forth Jardim, para saber como mantê-las saudáveis, floridas e fortes por mais tempo.
Como cuidar de orquídeas? Veja as principais dicas
Ao identificar problemas, trate-os usando produtos específicos para orquídeas ou consultado um especialista em jardinagem. Orquídeas com folhas verdes-escura, por exemplo, comunicam falta de luz. Quando estão amarelas precisam se proteger da exposição solar.
Como escolher orquídeas saudáveis?
O cultivo das orquídeas pode ser organizado em 8 pontos de atenção: a compra das mudas, o preparo dos materiais, a escolha do ambiente, a adubação, o plantio em si, o replantio, o tratamento do substrato e a floração.
Com tantas espécies disponíveis no mercado, pode ser difícil escolher a muda ideal. Ao todo, são mais de 50 mil espécies diferentes no mundo, sendo 3180 nativas do Brasil, das mais vastas cores e formatos diferentes.
Prefira as que apresentam folhas firmes, sem manchas amareladas ou murchas e sem sinais de infestação por pragas ou doenças, como lesões ou insetos visíveis. As raízes devem ser firmes, compactas com coloração branca ou verde-claro, ao invés de marrom ou preto.
Quais são as orquídeas mais fáceis de cuidar?
Se você é iniciante, comece com espécies que não demandam tantos cuidados específicos, como a Phalaenopsis , também chamada de orquídea-borboleta. Ela possui flores duradouras e costumam ser resistentes.
A Cattleya, conhecida por apresentar vasta variedade de subespécies e cores, também pode ser uma boa opção. Elas carecem de condições de luz, temperatura e umidade específicas, mas não exigem tanto esforço.
Por fim, quem busca por algo mais desafiador pode apostar na Paphiopedilum, as orquídeas-sapatinho, que apresentam flores únicas e exóticas e precisam de um ambiente fresco e úmido, bem como suprimentos específicos.
Qual melhor tipo de vaso para plantar orquídea?
Ao chegar em casa, remova a orquídea do recipiente em que ela veio e sacuda o excesso de substratos antigos.
Troque por um vaso de plástico, cerâmica ou feito de garrafa pet, caso prefira alternativas mais sustentáveis. Independente do material, orifícios de drenagem são indispensáveis para evitar o transbordamento de água.
O tamanho também é importante, visto que o espaço precisa acomodar o crescimento da planta para evitar transplantes frequentes. Coloque-a no novo vaso, assegurando que as raízes foram dispostas de maneira uniforme e preencha o espaço ao redor das raízes com o novo substrato.
Quando é a época de floração da orquídea?
Algumas espécies de orquídea dão flores em janeiro, outras em junho, outras em setembro. Mas não são datas exatas. A época de floração pode atrasar ou adiantar a depender dos cuidados e do clima da região.
É importante conhecer bem a espécie que você irá cultivar e saber quais se adaptam melhor ao clima da sua cidade. Um exemplo clássico é o da orquídea Cymbidium, que precisa de temperaturas mais baixas para florescer — o que acaba frustrando quem vive nas regiões Norte e Nordeste.
Como grande parte das espécies se beneficiam da umidade, quem vive em regiões onde o tempo costuma ser seco pode reproduzir essa sensação com a ajuda de um umidificador de ar ou com uma bandeja com cascalho úmido.
Sua fase de floreamento é bastante desgastante, por isso, precisa ser alimentada ao longo de todo ano. Do contrário, caso não esteja forte o suficiente, seus frutos só brotarão no ano seguinte.
Qual é o melhor lugar para deixar as orquídeas?
Elas geralmente precisam de luz filtrada e indireta, prefira deixá-las em um ambiente com boa circulação de ar sem luz solar direta. Dessa forma, vão crescer bem sem queimar as folhas.
Por serem sensíveis a mudanças, evite transplantá-la de um vaso para outro durante a floração, somente em situações emergenciais, como em caso de raízes apodrecidas ou vaso muito pequeno e restritivo. Ainda assim, o transplante deve ser feito com muito cuidado.
Não borrife água ou adubos diretamente nas flores para diminuir o risco de fungo. Quanto mais cuidados você tiver com as suas flores, maior será o tempo de vida delas.
Quantas vezes devo regar a orquídea?
Ao invés de vez de seguir um cronograma fixo de regagem, toque no substrato para verificar a umidade. Espere até que esteja quase seco antes de regá-la novamente. Essa estratégia é essencial para garantir um crescimento e um desenvolvimento saudável da sua orquídea.
É comum querermos harmonizar plantas ornamentais com vasos e cachepôs tão bonitos quanto elas. Mas é preciso ter cuidado com um erro comum entre os iniciantes: ao regá-las em recipientes, especialmente os de plástico, a água fica acumulada e as raízes não respiram, o que faz a planta apodrecer e morrer.
A dica é regá-las em uma pia ou taque, deixando escorrer bem a água, para só assim voltar a colocá-la no cachepô.
Cuidados após a fase de floração
Ao final da fase, não deixe de seguir os cuidados com a rega e adubação. Quanto a haste que sobrou da flor, existem divergências quanto a isso: há quem defenda a poda e quem é contra. Mas cada caso é um caso.
Se a haste está visivelmente seca e não há chance de uma nova floração ali, o mais indicado cortá-los bem rente ao substrato.
Mas se ela continua verde, deixe-a como está ou pode no terceiro nó contando de baixo para cima, assim ela poderá florir novamente.
Curiosidades sobre a planta
As orquídeas têm uma longa história que remonta a milhões de anos e desempenham papéis cruciais no ecossistema. Apesar da presença mais ativa em regiões tropicais das Américas, Ásia e Oceania, a planta pode ser encontrada em todos os continentes, com exceção da Antártida, o que explica sua presença em diferenças culturas espalhadas pelo globo.
Na Grécia antiga, por exemplo, acreditava-se que essas flores possuíam poderes afrodisíacos e ofereciam virilidade aos homens. Enquanto isso, na América, Maias e Astecas utilizavam a planta em rituais religiosos, e chineses a consideravam símbolo de beleza, pureza e fertilidade.
A orquídea ganhou espaço no mercado mundial com a exploração europeia, tornado-se um ornamento querido pela elite. Infelizmente, com a fama e a alta demanda do mercado provocaram o desaparecimento de diversas espécies.
O resultado desse movimento são as mais de 470 espécies de orquídeas presentes na Lista de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção, documento emitido pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (IBAMA).
Fonte: Globo Rural
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