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Época de seca nas fazendas exige cuidados com suplementação proteica do gado

Um dos principais desafios impostos aos pecuaristas no período de seca é a queda de ganho de peso do gado devido à redução da disponibilidade e do valor nutritivo dos pastos.

Erick Escobar, zootecnista explica que essa situação pode interferir também na saúde geral dos animais. “E para mitigar esses efeitos, a suplementação proteica é essencial”, explica.

E a pergunta que todo pecuarista se faz é “como saber quando suplementar?”. Para Erick, a resposta é simples: esteja atento aos sinais do rebanho. “Analisar, por exemplo, a forma das fezes dos animais, é um dos indicadores de que a dieta precisa ser ajustada”, explica.

“Fezes aneladas, por exemplo, sugerem lenta taxa de passagem e menor ganho de peso, enquanto fezes pastosas em formato de ‘vulcão’ indicam taxa de passagem adequada e melhor aproveitamento da dieta”, alerta.

A escolha do suplemento adequado deve considerar as necessidades específicas do rebanho e as condições da propriedade.

“O principal nutriente limitante na estiagem é a proteína. Muitas vezes, os níveis de proteína na forragem ficam abaixo do mínimo exigido (6 a 7% de proteína bruta), o que afeta o funcionamento do rúmen, a digestibilidade da fibra e o consumo total de matéria seca.

Consequentemente, cai o desempenho dos bovinos. A suplementação proteica visa melhorar a digestibilidade da forragem e melhorar o desempenho dos animais, mesmo com oferta limitada de pasto”, completa Escobar.

As estratégias mais eficazes durante a estiagem incluem o uso de suplementos específicos, que podem proporcionar ganhos adicionais diários.

“E para garantir que todos os animais recebam a quantidade adequada de suplemento é essencial ter área de cocho suficiente, com a recomendação de 12 a 15 centímetros por cabeça”, explica o consultor.

Além da dieta, outras práticas de manejo ajudam a reduzir os impactos da seca, como o diferimento das pastagens.

Essa técnica envolve vedar cerca de 30% da área de pastagem por 60 a 120 dias, anteriormente ao período de estiagem, permitindo acumular massa de forragem suficiente para o início da seca.

É particularmente eficaz em pastos formados por plantas do gênero Brachiaria, que têm características morfológicas favoráveis, como maior proporção de folhas em relação aos colmos.

Para o zootecnista, fazer um acompanhamento nutricional e o ajuste da dieta dos animais ao longo da seca são fundamentais para antecipar problemas e garantir resultados alinhados ao planejamento.

“Com gestão cuidadosa da nutrição e práticas de manejo adequadas, os produtores podem superar os desafios do período e manter a produtividade e a rentabilidade de suas fazendas”, finaliza Erick Escobar.

Fonte: Rural News

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