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Plantio de soja tem início lento no Brasil, expectativa de alguma chuva traz alento

Produtores estão iniciando os trabalhos diante da expectativa da chegada de algumas chuvas ao final de setembro

O plantio de soja do Brasil no ciclo 2024/25 atingiu 0,5% da área projetada, indicando um início mais lento dos trabalhos em meio ao tempo seco, mas a chegada de “alguma umidade” já a partir da próxima semana deve incentivar produtores a soltar as plantadeiras em algumas regiões, informou nesta sexta-feira a consultoria Safras & Mercado.

No ano passado, produtores tinham semeado até esta época 1,6% da área, enquanto o índice para a média histórica de cinco anos é de 1,5%.

Produtores estão iniciando os trabalhos diante da expectativa da chegada de algumas chuvas ao final de setembro, ainda de forma irregular, e mais precipitações em outubro, quando normalmente a semeadura deslancha.

“O Paraná e o Mato Grosso estão começando”, disse o analista de Safras & Mercado, Luiz Fernando Roque, à Reuters. A safra de soja 2024/25 de Mato Grosso está estimada pelo Imea em 44,04 milhões de toneladas, aumento de 12,78% ante a temporada passada, quando o Estado sofreu com calor intenso e chuvas insuficientes, assim como outras partes do Brasil.

À medida que as precipitações de primavera aconteçam, a partir da semana que vem, espera-se que o plantio possa deslanchar no Brasil.

Conforme dados meteorológicos da LSEG, até o dia 24 de setembro, o Paraná deverá ver entre 20 a 30 milímetros de chuvas na maior parte das áreas, com algumas regiões como o oeste vendo precipitações acima da média.

O Mato Grosso também verá chuvas na próxima semana, ainda que em volumes um pouco menores, segundo dados da LSEG.

No Paraná, que está também entre os maiores produtores de soja do Brasil, o plantio teve início nesta semana, também com um atraso em relação a anos anteriores por conta da seca, informou o governo local.

De acordo com projeções de meteorologistas divulgadas nesta sexta-feira, as chuvas chegarão de forma ainda irregular às principais áreas produtoras de soja do Brasil ao final de setembro e deverão avançar de forma gradativa em outubro, antes de ficarem mais frequentes e ganharem volumes em meados do próximo mês.

“A chuva chega de forma irregular no final de setembro, e de forma lenta e gradativa vai se consolidando durante o mês de outubro em áreas importantes… como no Paraná, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso”, afirmou o sócio-diretor e meteorologista da Nottus, Alexandre Nascimento, em nota.

Segundo ele, “ainda em outubro a chuva vai ‘subindo’ e pegando os municípios de São Paulo, Goiás, do centro-sul de Minas Gerais e de Rondônia”.

“As rodadas indicam que a chuva avança pelo restante das regiões produtoras em novembro e dezembro de 2024”, adicionou.

Nascimento destacou que, com essa expectativa de chuva se concretizando, há grande possibilidade de produtividades bem melhores do que no ciclo anterior.

Em boletim, a Rural Clima notou também que o início de outubro deverá ser marcado por chuvas irregulares sobre grande parte do Cerrado Brasileiro.

Mas reafirmou que as melhores condições para chuvas mais frequentes e maiores volumes, com uma certa regularidade, devem ocorrer apenas ao longo da segunda quinzena de outubro.Segundo ele, à medida que as projeções de chuvas se confirmem na semana que vem, o Mato Grosso do Sul também deve avançar com os trabalhos de plantio. “Entre 27 de setembro e 3 de outubro está aparecendo alguma umidade no Sudeste e Centro-Oeste”, afirmou ele. “Isso deve incentivar os produtores.”

Projetando uma recuperação das produtividades e maior área plantada no país, a consultoria Safras & Mercado elevou a projeção de produção de soja do Brasil para um recorde de 171,78 milhões de toneladas, o que seria um aumento anual de 13%, segundo relatório divulgado nesta sexta-feira.

Em Mato Grosso, maior produtor brasileiro de soja, o plantio de soja atingiu até esta sexta-feira 0,27% da área total estimada para o Estado em 12,66 milhões de hectares, com o tempo seco limitando os trabalhos neste início de temporada, informou o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

O índice de semeadura em Mato Grosso também ficou abaixo do registrado no mesmo período o ano passado (1,82%) e da média histórica de cinco anos para a época (0,84%), segundo dados do Imea, instituto de análises ligado aos produtores.

Até a semana passada, o Imea havia registrado apenas poucas áreas com plantio, especialmente em lavouras irrigadas.

Um trabalho precoce é importante para aqueles produtores que querem fazer uma segunda safra de milho ou algodão em janela climática favorável, após a colheita da soja.

Fonte: Notícias Agrícolas

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