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Produtores de algodão devem manter o combate ao bicudo, alertam especialistas

O bicudo do algodoeiro, praga que quase dizimou a produção brasileira de algodão em meados da década de 1980, ainda requer cuidados por parte dos produtores, apesar dos avanços no manejo nos últimos anos, disseram pesquisadores e especialistas durante o 14º Congresso Brasileiro do Algodão (CBA), realizado em Fortaleza (CE).

Durante sua apresentação, Walter Jorge, pesquisador do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR), lembrou que o primeiro foco de bicudo no Brasil foi identificado em fevereiro de 1983. Mais de 40 anos após o surgimento da praga, o produtor não deve manter as boas práticas de manejo, reforça o pesquisador.

“O bicudo se tornou uma praga crônica que vai acompanhar a história do algodão no Brasil, por isso há necessidade de conscientização no controle populacional, especialmente quando olhamos para regiões do Cerrado”, disse durante a palestra.

Como exemplo de medidas que podem ser adotadas no combate ao bicudo, o especialista citou ações como: destruição de plantas soqueiras e involuntárias do algodão em áreas que foram cultivadas; monitoramento populacional do inseto com o uso de armadilhas contendo feromônios, que devem ser utilizados na entressafra e durante todo o ciclo da cultura; aplicações sequenciais de inseticidas nas bordaduras até a floração; monitoramento e visitas frequentes nas lavouras; e aplicações terrestres ou áreas com produtos recomendados.

Marcio Souza, coordenador de projetos do Instituto Mato-Grossense do Algodão (Imamt), ressaltou que sem o uso de produtos adequados, o bicudo pode inviabilizar a produção da pluma no Brasil, onde as infestações cresceram na última safra.

“Esse aumento é fruto de uma sobra maior de tigueira e soqueira. Ainda falta uma adesão mais consistente dos produtores para um controle efetivo da doença. A ação no combate ao bicudo precisa ser coletiva”, pontuou.

Paulo Degrande, professor de Entomologia da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), destacou que o gasto no combate ao bicudo no Brasil está estimado em até US$ 230 por hectare ao ano, e representa 40% do custo total do controle de pragas no país.

“Em muitos casos, o bicudo que sobrevive na entressafra se instala na safra seguinte. O importante é reduzir a população do inseto logo no início do ciclo, para reduzir a possibilidade de ele sobreviver”, detalhou o professor.

Foto: Sebastião Araújo/Embrapa
Fonte: Globo Rural

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