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Conheça as 10 piores doenças do gado e saiba como evitá-las

O professor Iveraldo Dutra, um dos principais especialistas em infectologia animal da Unesp de Araçatuba, destaca as 10 doenças mais temidas no rebanho brasileiro, abordando suas causas, consequências e estratégias de prevenção.

A sanidade bovina é um dos pilares fundamentais para garantir a produtividade e o sucesso da pecuária. A negligência neste aspecto pode resultar em perdas inestimáveis, mesmo que o custo para manter a saúde animal seja inferior a 5% dos custos totais de produção.

Começando pelo botulismo, uma intoxicação decorrente de toxinas em carcaças e água estagnada. A suplementação mineral e a vacinação eficaz são essenciais para prevenir essa doença, que pode causar alta mortalidade.

A raiva, transmitida principalmente por morcegos, exige vigilância contínua e vacinação, sendo uma zoonose que também pode afetar humanos.

Clostridioses e riscos neurológicos no gado

Figura 1. Gado no curral.
Fonte: Giro do Boi (2024).

O carbúnculo sintomático é outra clostridiose crucial a ser combatida, afetando gado jovem e bem alimentado. A vacinação regular é fundamental.

A vaca louca, enquanto rara, possui um impacto significativo no comércio internacional, exigindo vigilância e diagnóstico precoce em casos de sintomas neurológicos.

A pneumonia é uma preocupação especial em confinamentos, pois condições de estresse favorecem surtos. A implementação de práticas de manejo adequadas e vacinas ajudam a controlar sua incidência. Já a cisticercose, muitas vezes negligenciada, resulta de práticas sanitárias inadequadas entre trabalhadores rurais, reforçando a necessidade de educação e saneamento.

Parasitas e doenças endêmicas

Figura 2. Gado saudável.
Fonte: Giro do Boi (2024).

Verminose é uma das doenças de maior impacto, causada por parasitas intestinais que comprometem o desenvolvimento dos animais. Programas de desverminação e gestão de pastagens são essenciais para mitigar seus efeitos.

Carrapatos, transmissores da tristeza parasitária, precisam ser controlados para evitar anaplasmose e babesiose, ambas fatais se não tratadas a tempo.

A diarreia bovina viral é responsável por altas taxas de mortalidade de bezerros, especialmente nos primeiros meses de vida.

Soluções incluem desde o controle ambiental até práticas de manejo que garantam imunidade precoce nos animais. Por último, a brucelose, uma doença reprodutiva significativa, pode ser evitada com vacinação obrigatória e testes regulares, visando erradicação através de saneamento adequado.

Implementação de boas práticas sanitárias

Figura 3. Gado em fazenda.
Fonte: Giro do Boi (2024).

Para todas essas enfermidades, a implementação de um programa sanitário abrangente, adaptado a cada bioma e às especificidades das fazendas, é crucial.

Os avanços tecnológicos e o conhecimento científico disponível permitem que os pecuaristas adotem medidas eficazes para a promoção de saúde animal.

Diante das mudanças no cenário sanitário, como a retirada da obrigatoriedade da vacinação contra febre aftosa em algumas regiões, torna-se essencial que os pecuaristas assumam a responsabilidade de manter rotinas de controle rigorosas. Assim, é possível garantir não só a boa saúde dos rebanhos, mas também acesso a mercados exigentes que prezam pela segurança e qualidade da carne.

Elaborado por
Fábio Moitinho

Fonte: Giro do Boi

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